“Certa palavra dorme na sombra de um livro raro. Como desencantá-la? É a senha da vida, a senha do mundo. Vou procurá-la.”
O poeta Drummond nos provoca a procura por essa “palavra” que é de cada um, mas pode nos abraçar como um desejo compartilhado de presente digno e futuro melhor. O primeiro passo é codificá-la, saber guardá-la na mente e no papel.
Teus guardiões, a voz e o lápis, e outras palavras, organizadas num grupo protetor chamado frase são os meios para enfrentar a má palavra contaminada de ignorância. É preciso ir além de codificar palavras e cumprir a função do ler e escrever. A palavra precisa ser acolhida, existir no íntimo de quem a guarda como um antídoto perene e vigilante contra o domínio do obscurantismo.
A palavra, quando amiga, une, no espaço de uma página, letrados e recém-chegados ao campo do registro, onde os conhecimentos tradicionais e modernos dialogam por fala e por escrita e as diferentes gerações trocam bilhetes.
O XV FESTUERN traz no tema “Letramento e arte: direito humano”, a provocação do poeta. Queremos todos escrevendo nas superfícies lisas suas palavras amigas. Queremos tornar o alfabeto íntimo para promover o orgulho do ato de marcar o mundo com um dos signos da cidadania. Queremos que crianças, jovens e adultos cultivem no palco o sonho de, com a palavra, mudar o mundo, começando por lutar para que todos no mundo tenham direito à palavra.
Atualizado por: Evandro Hallyson Dantas Pereira em 27/05/2021 (Setor para Contato: FALA - Departamento de Artes )